Já é ridículo pensar quanto mais a audácia de ter certezas, de que há aqui alguém a querer ser algo que efectivamente já não seja.
Neste processo não há mulheres a quererem ser homens, ninguém quer ser algo que não sinta. Ninguém tem coragem de se expor a tamanha provação, ninguém ousa afrontar padrões tão sanguináriamente estabelecidos, que o diga a História, caso não houvesse a convicção profunda da sua verdadeira natureza; caso isso não fosse algo que faz parte das próprias entranhas do Ser.
Tente-se perceber que raio de coisa é esta que leva as pessoas a enfrentar pesos pesados como o Preconceito esmagador, as humilhações, os ainda acanhados meios técnicos e conhecimentos médicos a respeito do tema, a Jurisdição, etc., e que leva a tantos suicídios.
O que leva ao julgamento, à intolerância, é exactamente o que move um Ser Humano à redesignação genital. O peso e a motivação é igual para os dois lados.
Somos homens em tudo o que realmente define um ser humano.
Um belo exemplo é o daquele moço, agora actor, Paulo Azevedo, que escreveu um livro privado dos seus membros inferiores e superiores. Ele não é "normal" (segundo esta linhagem de pensamento), ele não é igual aos demais. É menos humano por isso?
A diferença faz parte da Verdade que todos querem açambarcar como sua. A Vida na Terra prima pela Diferença - em todos os sectores. A Vida na Terra existe para experienciar. Somos todos estudantes cósmicos buscando saber mais e mais sobre si mesmos e isso não se consegue com belas teorias. Somos colombos em busca da própria essência. Exploradores da própria alma, visando um conhecimento mais profundo e incorruptível de si mesmos. Não somos peças standardizadas, isso é indispensável e só serve a quem deseja dominar a Humanidade. Viver a experiência faculta-nos Sabedoria verdadeira.
Não somos melhores, não somos piores, somos diferentes e dentro da diferença, somos iguais.
Há coisas que não se explicam, é preciso vivê-las.