Esta semana tem-se revelado particularmente difícil para mim.
Como já referênciei, ao longo dos anos e particularmente nos últimos meses, tenho escolhido a dedo as pessoas a quem divulguei a minha problemática particular (e foram várias).
Enquanto foi assim a coisa correu bem, nenhuma delas me desiludiu. Apartir do momento em que revelei o processo aos meus colegas de trabalho, foi como uma bomba, uma granada que se fragmenta para todos os lados. De repente, meio mundo ficou a saber, da pior maneira. Os meus colegas têm transformado esta questão num circo, numa palhaçada com que se divertem.
Não consigo ter raiva deles, só pena.
O que digo não é da boca para fora, tão pouco uma forma de falar, é literal - sinto pena deles -, por serem tão "pequenos", tão fracos, tão ignorantes.
Os mesmos que me ridicularizam, numa situação análoga, será que conseguiriam suportar? Dificilmente. Não demonstram estrutura moral para isso. Eles não fazem a mais ténue ideia do que significa viver uma experiência destas. São demasiado fanfarrões, egos inchados que me fazem lembrar aquela máxima: "os tambores fazem grande estrondo mas não são cheios senão de ar".
Têm tornado a minha vivência mais dolorosa do que já é por si só. No gozo tratam-me pelo nome masculino, sem gozo mas propositadamente, tratam-me no feminino. Existe um que faz nitidamente de propósito. Eu com barba e ele a tratar-me no feminino, bem alto, bem intencional. É curtido (deve pensar).
Eles acham-se os maiores, heróis, e são cruéis. Duma crueldade refinada mas cruel.
Só tenho pena ter que suportar tanto sofrimento desnecessário.