DISFORIA DO GÉNERO espaço não oficial

08
Fev 09

Lembram-se do post em que fazia referência à primeira vez que disse a um utente o meu “verdadeiro” nome?

Pois bem, na segunda feira, dia 02, tive que fazer o transporte desse sr. e da esposa para uma clínica em Coimbra e tinha que levar outro casal que me conhecia como “mulher”.

“Como é que vou descalçar esta bota”. – pensei.

Assim que cheguei a casa dos Srs. que já me conheciam, apressei-me a elucidar a dama da minha condição, assim, de chofre.

Foi maravilhosa a sua recepção à minha investida. Desde esse momento, durante todo o dia e até hoje, passei a ser o “meu lindo”, “meu filho”, inclusive tratando-me pelo nome masculino. Nunca se descaiu.

Que sensação maravilhosa de bem estar e aconchego. Sinto-me nas nuvens. Deus é Pai.

 

publicado por UNO às 23:24
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Já ouvi algumas vezes alguns colegas meus fazerem referência à inveja que nós, supostamente, temos dos seus pénis.

Sinto pena deles, a sério que sim. Assola-me uma compaixão divina e, ao mesmo tempo, uma tristeza tão grande quanto a triste ignorância que manifestam.

Os trangéneros verdadeiros, pelo menos a esmagadora maioria deles, está para além dum pedaço de carne entre as pernas. Estes Homens estão para além dos tristes receios e pueris manifestações de: “… a minha é maior que a tua…”; do fantasma assombroso da disfunção eréctil, e tantos outros receios que merecem tanta atenção e compreensão como aquela que eles mesmos dedicam ao seus pares (que apesar de tudo, são-no).

Oiço isso todos os dias entre colegas e digo: é deprimente.

O porquê dos trangêneros quererem estar ajustados até tem explicação mas, para aquele que crê, nenhuma explicação é necessária; para aquele que não crê, nenhuma explicação é possível. Assim, para quê gastar latim com cérebrozinhos minúsculos, tão minúsculos quanto a sua boa vontade em aprender e progredir?

Haja quem o faça porque eu já não tenho pachorra.

 

publicado por UNO às 23:10
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Este termo aplica-se comumente à homossexualidade, daí as aspas.

Devido a questões internas, fortes, a tolerância a uma identidade civil a que não me consigo ajustar, está cada vez mais difícil de suportar.

Durante sete anos tentei, com toda a sinceridade da minha alma, vivenciar um papel social que não consigo sentir, por mais que tente. No fundo, durante todo esse tempo representei um papel absolutamente desconhecido para mim. A sensibilidade existe mas a identificação sexual não.

A MULHER é um Ser magnífico, belo, transcendente. A MULHER é Algo... Eu amo, venero, respeito, a condição feminina. Mas eu sou um cavalheiro, eu sou um cavaleiro. Não, não há engano nas palavras, é mesmo assim que sinto - cavaleiro e cavalheiro.

Como já fiz referência (acho), trabalho com utentes (doentes), isso implica uma enorme exposição da minha pessoa. Há gente que me conhece que eu nem faço ideia que existe.

Numa situação de Disforia de Género, é comprensível que essa situação torne ainda mais delicada a nossa posição. E quando os colegas não colaboram, antes pelo contrário, mais difícil se torna.

Por vezes penso naqueles famosos que têm questões de saúde física grave, tais como tumores, e aproveitam a sua popularidade para dar exemplo e força a tanta gente que se acha não-importante e incapaz.

Por vezes reflicto sobre isso. Não sou famoso mas sou, ou posso vir a ser, muito conhecido na comunidade em que me encontro inserido e, a postura de toda uma vida pode ter agora a sua chance de ser útil.

As privações, o auto-controle, a conducta moral, o respeito pelas susceptibilidades alheias, as mais profudas convicções, convertem-se agora na minha mais sólida armadura contra arremessos, julgamentos, incriminações.

É uma armadura de valor inestimável. O seu preço foi tão elevado que deixou de existir.

O sofrimento "sem fim" advindo de uma condição incompreendida e intolerada; da ausência absoluta de apoio externo, familiar, social, profissional; dos contras severos de meus pais; quase fizeram de mim um maltrapilho, um moribundo. Mas, a minha fé sempre foi mais forte. A minha busca espiritual sempre se revelou suprema. A minha condição inata de nobreza valeu-me atravessar esta tão longa e violentíssima tempestade sem desvarios. Jamais busquei no álcool, no fumo, nos estupefacientes, nos fármacos, nas loucuras sem volta do sexo, ou qualquer outro entorpecente, o alívio mental que tão ardentemente desejava. Sufocava de dor mas esta experiência de vida foi sentida em toda a sua punjança, de cabeça fria, de mente lúcida.

Hoje sinto-me frágil, enfraquecido, cansado, revoltado até, mas, como alguém já disse: - "Deus só nos põe nos ombros o peso que podemos carregar." Hoje, esse mesmo Deus dá-me tudo o que me foi negado ao longo da vida e que faz toda a diferença: pessoas que me compreendem e, ou pelo menos, me respeitam e me dizem: - "Força, vai em frente. Nós estamos aqui."

Quem tem a audácia, neste momento, de me atirar pedras??? Quem tem moral, neste mundo decaído, de me julgar??? Quem, no meu círculo de convivência, se atreve conspurcar-me o nome???

Remeta-se à sua insignificância quem se julga digno de tal e olhe sempre para cima dos ombros. Quem aponta o dedo esquece-se que tem sempre mais três virados para si.

A Sabedoria divina é maravilhosa...

publicado por UNO às 23:09

Crime: Jovem envolvido na morte brutal da transexual atirada a um poço

Assassino de Gisberta anda à solta a roubar

Paulo Albino, mais conhecido por 'Sombras', é um dos jovens envolvidos no homicídio de Gisberta – transexual atirada ainda com vida a um poço, em 2006, no centro da cidade do Porto. Foi condenado a 11 meses de internamento por ter só 15 anos, mas, anteontem, acabou interceptado pela GNR de Penafiel, depois de, com um irmão mais velho, ter assaltado uma clínica de medicina dentária e ainda uma casa no concelho de Paredes. 'Sombras' é suspeito num total de 52 roubos.

O jovem foi condenado pelo Tribunal de Família e Menores do Porto a 11 meses de internamento num centro educativo, na sequência da morte de Gisberta, tendo depois regressado a casa da família em Valongo. Há alguns meses, e depois de emitido um mandado de captura e detenção – num processo em que está indiciado por 52 roubos em veículos e em residências nas zonas de Gaia, Gondomar, Porto, Matosinhos e Valongo –, 'Sombras' refugiou--se na casa do irmão.

O mandado foi devolvido ao tribunal no passado mês de Dezembro, porque a polícia não o conseguia encontrar. Ontem, libertado pela GNR de Penafiel, voltou a ser conduzido às instalações policiais, mas de Vila Nova de Gaia. Já tinha regressado à residência de Rebordosa e os militares foram buscá-lo, para que pudesse ser interrogado pelos muitos outros assaltos.

AGREDIDA E ATIRADA A POÇO AINDA COM VIDA

Gisberta, transexual brasileira de 46 anos, foi encontrada morta no interior de um poço, num edifício inacabado do centro do Porto, a 22 de Fevereiro de 2006. Treze adolescentes, com idades entre os 12 e os 15 anos, assim como outro de 16 anos, maltrataram a vítima durante três dias, antes de atirarem o corpo, ainda com vida, a um poço.

Na altura do julgamento, ficou provado que Gisberta morreu por afogamento e que as lesões provocadas pelos adolescentes "por si só não provocariam a morte".

Na altura do julgamento dos 13 adolescentes, o Tribunal de Família e Menores do Porto dividiu a condenação em três grupos. Seis jovens foram condenados com 13 meses de internamento; outros cinco, como 'Sombras', a 11 meses; e dois a 12 meses por omissão de auxílio.

GNR RECUPERA MATERIAL

Paulo Albino foi interceptado com o irmão, conhecido como 'Cigano', depois de alegadamente terem efectuado um assalto a uma clínica dentária em Rebordosa e a uma residência. O irmão de Paulo, de 24 anos, tinha saído da cadeia de Custóias em Junho do ano passado e estava a residir em Rebordosa, juntamente com uma namorada desde Novembro de 2008. Um mês depois, e com o irmão a ser procurado pelas autoridades por vários assaltos, ofereceu-lhe albergue.

Segundo o CM apurou, pouco depois de os dois irmãos terem sido interceptados, o Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Penafiel recuperou o fruto do assalto à clínica e à residência localizada no mesmo prédio, na avenida Principal. Para além de uma agenda electrónica, os militares da GNR recuperaram ferramentas que terão sido roubadas pelo suspeito do interior de uma viatura, no início da semana. O ouro furtado da casa já tinha sido vendido no Porto.

PORMENORES

13 ALUNOS

Estiveram envolvidos na morte de Gisberta 13 jovens, alunos das Oficinas de S. José. O caso nunca foi qualificado como homicídio, porque a transexual foi atirada com vida a um poço. Morreu por falta de ajuda.

PENA EFECTIVA

Um dos envolvidos já tinha 16 anos à data dos factos. Esteve preso cerca de três meses e no ano passado foi condenado a uma pena efectiva de oito meses.

INTERNAMENTO

A maioria dos menores envolvidos foi internada em regimes semi-abertos.

 

Alexandre Panda

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ARTIGO 55.º (Transsexualidade e manipulação genética) 1. É proibida a cirurgia para reatribuição do sexo em pessoas morfologicamente normais, salvo nos casos clínicos adequadamente diagnosticados como transexualismo ou disforia do género. (Redacção introduzida pelo Plenário dos Conselhos Regionais de 95.06.03) 2. É proibida a manipulação genética no Ser Humano.
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